sexta-feira, 31 de outubro de 2008

1-2, 1-2, teste.

É tarde, ela fuma um cigarro e arrasta a mão pela meia rasgada. É um rasgo maior que o que lhe corta o ar e engole o peito. Desejaria sair para algum lado, sair de si, mas apenas consigo trazê-la para cá onde - sem as arestas da sala - consegue suspirar sem ouvir o eco das paredes... sem bafejá-las com a inquietude modesta de quem se sente superado pela noção de ter feito o que Devia Ser feito. o Como não Deve importar, apenas a Realização que se espera da idade adulta e maturidade da pele, Desafiante, face às contradições do corpo que a acolhe.
Não consegue deixar de se sentir engolida e não querer Estar ali.
O fumo esgota-se. passou O tempo e a consumissão frívola que ela trouxe com sorrisos Promissores. Esbateram-se, esmoreceram e, mesmo assim, esperaram.
Contemplava nas coisas, nos outros e nas memórias deles a sofisticação das formas, das decisões, das perspectivas lineares e resolutas - porque é que não seria assim tão simples o Bem-Querer e o Ímpeto rompentes, cuja verdade parecia tão maior do que a aritmética de um mundo redondo? onde é que se põem as coisas que Apenas_fazem Sentido? Estava vestida do Avesso.
Procura outro cigarro, inspira e silencia qualquer movimento. Medir aquele rasgão era agora tanto de embraçoso como de libertador. Já lá estava, aberto e exposto a olho Nú. Não deixei que Ela o tapasse ou que discorresse sobre ele, apenas que medisse o vazio que trazia naquela malha: medir com porções de Mão fechada os nadas que trazia daquele buraco. E quantos conseguiria contar em cima da vezes que suspirou.

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